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Poesias

Para você relembrar um pouco dos poetas egipcienses. E sentir saudades das cantorias, estaremos divulgando algumas das poesias dos nossos poetas. Este link estará sempre sendo atualizado com novas poesias, então, sempre que entrar na nossa home page não esqueça de dar uma olhada nesse link. 

 

Nosso link de Poesias vai começar homenageando alguns poetas de São José do Egito ou que adotaram a cidade como terra natal, nos últimos anos perdemos grandes poetas, aqui vamos prestar uma pequena homenagem a eles.

ZETO

 

Cantor, Compositor, Teatrólogo e Poeta, natural de Canhotinho - PE, radicado em São José do Egito - PE

ZÉ CATÔTA

 

Nasceu no Riachão,  município de São José do Egito, em 05/08/1917.

Cantando com Pinto, este disse:

"Foi da raça de Catota/ não deixo um pra veneno."
  

 Puxo o pescoço depeno

 Serro o bico aparo o pé
 Sendo da raça de Pinto
 Só fica se eu não dê fé
 Ganso, gansa, frango, franga
 Galo, galinha e guiné


Certa vez, cantando com Pedro Amorim que disse:

"Sou um fazendeiro rico/de bode, ovelha e de gado."
  
 Chamar fazenda sem gado
 Eu acho melhor que deixe
 A cana toda cortada
 Talvez que não dê um feixe
 O açude que ele fala
 Tem mais dono do que peixe.

 

Meu Amigo

 

 Certo dia encontrei-me com um amigo
 Que deixou-me contar minhas tristezas,
 Vendo nele ternura e sutilezas
 Nos Braços que dele fiz abrigo.

 

 Mesmo hoje depois de tantos anos
 Nosso amor continua assim perene
 Eu querendo que ele me envenene
 E ele sendo o veneno dos meus planos.

 

 Amizade igual nunca encontrei
 Pois as vezes que eu o procurei
 Estendeu o seu braço à minha mão

 

 O amigo de quem falo não é gente
 É divino, e pra mim foi um presente
 Que o tempo me deu, meu violão.

 

OTACILIO BATISTA

 

Nasceu em 26/09/1923, na Vila Umburanas, município de São José do Egito, hoje cidade de Itapetim.

 

Ignorância 

 

 Uma rosa pequena sem perfume
 É maior que a minha consciência,
 O tamanho da minha inteligência
 É menor do que a da luz de um vagalume.
 O tamanho que eu tenho de ciúme
 É maior do que Judas, o perverso.

 

 Aprendi a cantar e fazer verso
 Mas não posso atingir a culminância,
 O tamanho de minha ignorância
 Ultrapassa a grandeza do Universo.

 

 A guilhotina da guerra
 Navalha dos desumanos,
 Vem cortando a muitos anos
 A cabeleira da terra
 A mãe selvagem de tantos,
 Filhos que se dizem santos
 

 Destroem a beleza dela.
 Agredida envenenada
 Pela mão civilizada
 Mais selvagem do que ela.

PAULO CARDOSO

 

Egipciense, membro da Academia Recifense de Letras e autor da letra do Hino de São José do Egito. Nasceu em 23 de março de 1939.

 

O Milagre

 

 Eu sinto dentro do peito

 As batidas de um pilão

 Que martelam devagar

 Triturando cada grão

 Cobrindo de ouro vivo

 As bordas do coração

 

 Barra de avental

 Tão florido de chitão

 Que minha mãe sempre usava

 No tempo de Gestação

 Era forma de dizer

 Que vinha mais um varão

 

Tentando conter as lágrimas

 Enxugando-as com a mão

 Fazia do pão de milho

 Uma simples divisão

 Distribuindo conosco

 Sete fatias de pão.

MARIANO BESERRA

 

Poeta, natural de Taquaritinga - PE, fez esses versos para um livro de Cordel auto biográfico, ou seja, contou seus noventa anos de vida em versos. (Meu avô Materno)

90 Anos de Vida

 

 Meu pai era um homem pobre

 Não pode me educar

 Porém aprendi a ler

 Perfeitamente a contar

 Eu sou da família Amaro

 Não tenho nenhum preparo

 Se vê logo onde eu falar.

 

 Nasci em Taquaritinga

 Lá na Fazenda Taboca

 Criei-me em Mateus Vieira

 Plantando muita mandioca

 Fazendo muita farinha

 Criando porco e galinha

 E comendo tapioca.

 

 (...)


 Depois fui para o sertão
 De São José do Egito
 Contratei um caminhão
 E um chofer de Gabarito
 Eu já fui de encomenda
 E fui morar na fazenda
 De Antônio Belo de Brito.


 (...) 

 

SALES ROCHA

 

Músico, Poeta, Professor, Teatrólogo e Cantor. É natural de São José do Egito.

 

Viver é Preciso

 

 Por que não controlamos as vontades

 Quando estamos sedentos de paixão

 Pois chegamos a sentir o coração

 Sobrepondo-se das nossas verdades.

 

 Ou será possível que as maldades

 Trazem consigo o segredo da razão

 E nos deixa paupérrimos rentes ao chão

 Sem nenhuma defesa atrás das grades.

 

 Covardia é fugir do que nos vem

 Muitas vezes até nem nexo tem

 Mas viver é preciso para ver.

 

 Que nem tudo que existe tem valor

 Pra sentirmos o néctar do amor

 É preciso viver, viver, viver...

LAMARTINE PASSOS

 

Médico, Poeta e Músico, natural de São José do Egito.

 

Saudade

 

 Nunca pensei que te amasse tanto

 Pois só depois que me perdi de ti,

 A solidão que assombra em cada canto

 Grita em silêncio: estou morando aqui.

 

 Olha a figueira sem sentido, enquanto

 Vejo o sanhaçu pousar sempre ali;

 Mas sem ter forças pra soltar seu canto,

 Cala sentindo tudo que perdi.

 

 É tanta dor que me envelhece a alma

 E um tédio louco me adultera a calma

 De tanta lágrima que já verti.

 

 Já não me sinto em mim, não sou verdade,

 E, após beber mil goles de saudade,

 Não sei se ainda estou vivo ou se morri.

DIDI DE JOB

 

Fez este soneto quando o seu filho nasceu, num dia de lua cheia.

 

 Bela criança de pureza infinda

 Eu te esperava ansiosamente

 Obrigado meu Deus pelo presente

 Pois eu não tinha agradecido ainda

 Peço-te o mundo onde a paz não finda

 Que haja sempre luz na tua estrada

 E toda porta seja escancarada

 Quando chegares que sejas bem-vindo

 Só de meiguice és abençoada

 Quando chegasse na tua jornada

 Nascia a lua cheia calmamente

 Deixando o céu todo iluminado

 Pra lá de cima teu avô sentado

 Te abençoar carinhosamente.

MARCOS RANGEL

 

 Poeta e Escritor, Natural de São José do Egito. (Mote de Manoel Filó em congresso em São José do Egito - PE.)

 

 Mocidade foi ontem que passou

 E hoje vivo sentindo falta dela

 Já mandei mil recados para ela

 Mais nem mesmo um só me respostou

 Muita gente viu e perguntou

 Por que ela passava tão ligeiro

 Respondi sem pensar e sem exagero

 Ela veio, me usou e jogou fora

 Mocidade é um vento passageiro

 Beija a face do homem e vai embora.

 

 Aprendi descrever essa passagem

 Que vivi como ontem em minha vida

 Sem dizer que a época foi perdida

 Descrevendo somente, igual miragem

 Que chorar o passado é bobagem

 E saudade é flagelo que devora

 Esse homem que em tua frente chora

 Dos perfumes da vida sabe o cheiro

 Mocidade é um vento passageiro

 Beija a face do homem e vai embora.

Este espaço é para a sua Poesia...

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