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Aqui você encontra algumas curiosidades sobre São José do Egito, algumas que falam sobre o nome, outras sobre os poetas ou moradores em geral. Desde reportagens a acontecimentos do nosso dia-a-dia. 

Curiosidades

Digitalização da foto original do acervo pessoal de Genival Piancó pelo o nosso site.

FORD 24, primeiro automóvel de São José do Egito e vale do Pajeú, que chegou na cidade em 1924.
 O veículo pertencia ao senhor Antônio Barbosa de Lima, um de 4 irmãos oriundo da cidade de Piancó-PB, que ao chegar na cidade de São José do Egito-PE ficou conhecido como Antônio Piancó, e por isso, originou a família Piancó, hoje bastante conhecida na região. 
 O senhor Antônio Barbosa de Lima, proprietário de uma indústria de beneficiar algodão, na intenção de adquirir o veiculo, se dirigiu a Limoeiro do Norte-pE, ponto de encontro dos sertanejos e agrestinos efetuarem trocas de mercadorias. 

Partindo do Sítio Maniçobas, localizado no município de São José do Egito com 40.000 Kg de lã de algodão, divididos em 400 cargas de animais (100 kg cada uma), percorrendo uma distância de 400 Km até a cidade de limoeiro- PE onde efetuou a troca de carga de algodão pelo Veículo. 
 De Limoeiro a Arcoverde veio numa estrada precária, abrindo uma picada na Caatinga numa distância de 150 Km até a cidade de São José do Egito, com auxílio de 50 homens. 
 Como era na época dos soçaites, este carro rendeu para o proprietário, um pouco de dinheiro, uma vez famílias tradicionais solicitavam o carro para passeio, e com isso se sentiam orgulhosas, ao falarem aos amigos que teriam andado de automóvel. 
Na foto acima temos: 
 No volante, João Piancó de Lima, filho do dono do carro. 
 Como passageiros, o motorista e sua senhora. 
 O motorista veio à cidade com a função de ensinar os filhos do proprietário do veículo, pois na época, sua função possuía status da função de um aviador na atualidade. 
 Um certo dia, este carro ia subindo uma ladeira ao lado de uma roça muito grande de algodão , cujas proprietárias (três moças velhas) apelidadas de babecas da goiabeira, que estavam com um senhor apanhando algodão, ao ouvirem o barulho do motor, imediatamente correram, e o senhor gritou: 
_ Corram não, isto é um automóvel!
 Uma das moças então Gritou: 
_ Corra que ele está dizendo que são oito ou nove!
O neto de Antônio Barbosa de Lima, senhor Genivaldo Piancó de Lima, aconselha aos seres humanos para nunca usarem a expressão ”que as coisas vão ruim ou estão difíceis”, salientando o seguinte: “Veja a diferença da compra deste automóvel para os dias de hoje”.

Na figura ao lado, você está vendo a primeira edição do Jornal Arraia Pajeú (denominado como “Jeito Pernambucano de Ser”), o lançamento deste jornal ocorreu no 3º Arraia Pajeú e foi um sucesso. 

Martelo Agalopado

 

 Cantador o teu canto de improviso
 É o mais nobre poder da criação
 O teu verso tem a força de Sansão
 É fatal, é perfeito e é preciso

 Cantador do inconsciente coletivo
 Canta a força do povo e o desengano
 E a esperança que brota todo ano
 Vai tecendo nos versos e nas loas
 Batucando a toada de Alagoas
 Nos dez pés de martelo alagoano.

 

 Da cidade de Campina e do Monteiro
 De Passira Panelas e Ingazeira

 São José do Egito
Capoeira
 É viola é ganzá e é pandeiro
 Salve Dimas e Pinto do Monteiro
 Lourival trocadilho sobre-humano
 Vitorino o teu verso tem bom plano
 Oliveira Castanha e Beija-Flor
 E Mocinha de Passira é um condor

 Nos dez pés de martelo alagoano.

 

 Cantador cem por cento brasileiro
 Tem no sangue a saudade lusitana
 O batuque das terras africanas
 Caetés teu guerreiro violento
 Cantador de alegrias e tormentos
 Tem os pés calejados dos ciganos
 É poeta perfeito e soberano
 Tem o arco o batuque e tem a flecha
 Nos dez pés de martelo alagoano

 

Alceu Valença

A Procissão

 

... A procissão é maior
 quando em tempo de missão
 dirigida pelo frade
 mais popular do sertão.
 São milhares de pessoas
 Desfilando compungidas
 Concentradas, comovidas.

 

À frente, Frei Damião
 Grita cheio de emoção:
 Viva o senhor São José,
 Viva São Pedro e São João!
 A Santa Virgem Maria,
 Viva São Sebastião!
 E o povo todo responde
“uma você” a vivação.

 

Pois bem, numa festa assim
 Que é para a fé um regalo,
 Aproveitando o intervalo
 E, no meio a vivação,
Biu Doido força a garganta
 E grita a todo pulmão
 O seu vivar esquisito:

 

“Viva as putas, viva os cornos
 de São José do Egito!”
Viiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiva!
-ecoa a multidão,
 na sua fé concentrada.

 

E Biu numa gargalhada:

 

-“É louco este povo meu;
 e ainda vivem dizendo
 que o doido daqui sou eu!”  

O relógio que não atrasa
 

 Uma vez Biu encontrou
- quando catava no lixo –
velha caixa de relógio.
 Com carinho e com capricho
 Emendou-a com cordão,
 Amarrou no pulso esquerdo,
 Vibrou de satisfação.

 

E assim saiu pelas ruas
 De São José do Egito.
-Mas que relógio bonito!
 (alguém lhe disse e em seguida
 passou a lhe perguntar):

 

-“Biu, me diz que horas são,
 pois eu prometi chegar
 hoje bem mais cedo em casa.”

 

-Isso não trabalha não.

 

-Então, Biu, não adianta.

 

E o doido diz: “ nem atrasa”.


 

 

 

 

 

E uma de suas frases mais famosa é:
 

“Pra ser doido em São José do Egito
 tem que ter muito juízo”.

 

Biu Doido

A Irreverência Egipciense 

 

Os ditos e anedotas, criadas pela sensibilidade satírica e respostas espirituosas do povo egipciense, andam de boca em boca.

 

 

Causos envolvendo o grande poeta Antônio Marinho o Águia do Sertão.


Certa vez, no intervalo de uma cantoria,  Antonio Marinho, lembrando-se de dar milho ao burro, apanhou um bornal vazio e ao passar pela porta que dava para o terreiro, duas moças sorriam à socapa. Ferido no amor próprio, ao pensar-se mangado, mostrou o bornal às jovens e disse: "- Ainda está vazio".

 

 Em uma noite escura, os vaga-lumes piscavam para todos os lados.
 Uma moça, ouvindo o violeiro palestrar, interceptou-o: “O senhor tem medo de caga-fogo?”
Ao que respondeu:
"Deus me livre, dona”.

 

 

Causos em que Biu Doido o grande profeta do Reino dos Cantadores, brinca com os moradores de São José do Egito.

VII

 Doutor Josa marca evento
 Com a banda marcial
 E no prédio principal
 Faz o seu melhoramento
 Com duas salas de aumento
 O colégio é ampliado
 Em seguida rebocado
 Mudando toda aparência
 Na direção transparência
 Mostrando o seu resultado

 

VIII

 Colégio tua grandeza
 Espalhada pelo mundo
 Teu mergulho foi profundo
 E o sonho virou certeza
 O brilho deixou clareza
 Na vida do alunado
 Cada um hoje é formado
 Em diversas profissões
 E o teu nome Édson Simões
 Na historia ficou marcado

 

IX

 Estudei desde criança
 Foi meu tempo de menino
 Hoje quando escuto o sino
 O som me traz a lembrança
 Mundo cheio de esperança
 Estudada com alegria
 E quando o sino batia
 O som ficava gravado
 Pra depois ser escutado
 Na memória todo dia 

 

X

 Colégio com campo aberto
 Que educa sem distinção
 Es o tronco do Sertão
 Plantando no canto certo
 Esse teu teto coberto
 Espelhado na cultura
 Laptando a toda altura
 O saber que engrandece
 A tua glória enobrece
 Toda geração futura.

 

XI

 Escola que tanto ensina
 Édson Simões é teu nome
 O tempo não te consome
 Porque Jesus te ilumina
 Segura na mão divina
 Que teu sol não escurece
 Rezando faz tua prece
 Pra clarear o saber
 E se cumprir teu dever
 A luz de Deus permanece. 

 

 

Egito Siqueira.
 

Dia Primeiro de Abril


I

Ano de cinqüenta e sete
 Não tinha vídeo cassete
 Mas, muita gente assistiu
 A nova escola surgiu
 Logo assim que o sol nascia
 Clareando feito o dia
 Já perfeito no horizonte
 Jorrando feito uma fonte
 O dom da sabedoria

 

II

João Guilherme de Aragão
 Iniciou o partido
 Édson Simões fez subida
 Começando a fundação
 Fizeram a união
 Dulce com Zé Valdivino
 Dona Diva de Paulino
 Demócrito Zé Rabelo
 E depois de todo apelo
 Ouvi-se o toque do sino

 

III

A equipe já formada
 Com sua base segura
 Faz a ponte da cultura
 No saber deixa apoiada
 Uma fonte iluminada
 Trabalha com harmonia
 Transmite sabedoria
 De uma forma transparente
 E assim se planta a semente
 Que dá frutos todo dia 

 

IV

Édson Simões essa escola
 Colégio bem conhecido
 Às vezes é esquecido
 Pelo tempo que controla
 Cada mestre é uma mola
 Fazendo a base da vida
 Faz coluna deixa erguido
 Reforça toda estrutura
 E depois da cobertura
 A base fica escondida

 

V

Numa tarde quase escura
 Ano de sessenta e cinco
 A morte abria o trinco
 Da porta da sepultura
 A sexta-feira foi dura
 A morte se preparou
 Quando a lâmpada queimou
 Numa escada Édson subiu
 Na queda seu rim partiu
 Veio a morte e o levou

 

VI

 Quem estudou e assistiu
 No centro do pajeú
“Boi” Bidó seu João Lulu
 Carminha Gomes e seu Biu
 Édson Simões que caiu
 E morreu desse acidente
 Cada um plantou semente
 No saber foi germinada
 Crescendo a planta é formada
 E dá frutos novamente 

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