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Notícias Antigas - Versão Anterior Site 

Aqui você vai encontrar as principais notícias sobre a nossa cidade e o nosso estado.

Abaixo, notícias antigas:

 

HOMENAGEM A ZETO NO ARCADA BISTRÔ


Jornal do Comércio - 27/Ago/2003

Homenagem a Zeto

 

O Arcada Bistrô em 27/08/2003, realizou uma homenagem ao violeiro e cordelista José Antônio do Nascimento, o Zeto. Nascido em Canhotinho - PE, cantava músicas sertanejas, era poeta, recitador e interpretava obras de cordelistas como J. Borges, Abrãao Batista e Zé Pacheco e de escritores como Antônio Maria ou Fernando Pessoa. Morreu aos 46 anos de idade, no dia 15 de outubro de 2002. Zeto gravou apenas um CD, Curvas, e um disco vinil, Estrada, em parceria com Bia Marinho. Participam da homenagem Lia do Pajeú, Bia Marinho, Ésio Rafael, Antonio Marinho, o grupo Vates e Violas, Tonino Arcoverde, Publius, Alberto Oliveira e um dos filhos de Zeto, Greg. O Arcada Bistrô fica na Av. Conselheiro Aguiar, 3500, Boa Viagem. Entrada franca.

 

Jornal do Comércio - 06/Ago/2003

O mote mais triste de Otacílio Batista

 

     A lendária trindade da cantoria nordestina, formada pelos irmãos Batista, de São José do Egito, encerrou-se ontem (05/08/2003), com a morte, em João Pessoa, de Otacílio Batista, 79 (completaria 80 em setembro), em conseqüência de problemas respiratórios e cardíacos. Ele sofria de diabetes e esclerose. Os outros “faraós”, como os irmãos eram também cognominados, Lourival, o “Louro”, e Dimas, faleceram, respectivamente, em 1992 e 1987.
   Otacílio Batista era o mais novo e mais bem-humorado do trio. Orgulhava-se de ter cantado para todos os Presidentes da República, de Gaspar Dutra (1945) a FHC, e para o Papa João Paulo II.

   Nascido em Itapetim, então, distrito de São José do Egito, no Sertão do Pajéu, Otacílio Batista vivia em João Pessoa, onde cantou pela última vez, no início do ano passado, com o parceiro Oliveira de Panelas. Por telefone, da capital paraibana, também adotada por ele, Oliveira falou com emoção do colega com o qual por 23 anos formou uma das duplas mais duradouras da história do repente.
   Ele cantou pela primeira vez com Otacílio Batista em São Paulo: “Isso foi em 1975, em seguida voltei para o Nordeste, quando passamos a cantar juntos. A amizade nossa era como a de pai para filho. Gravamos quatro CDs e três LPs, e viajamos pelo Brasil inteiro e até ao exterior. Fomos a Cuba, Bolívia e Portugal. O repente perdeu um gênio. Ele deixa uma lacuna enorme na poesia brasileira”. Na hora, com a voz potente, que o levou a ser alcunhado de “O Pavarotti do Sertão”, Oliveira de Panelas improvisou esta décima para o amigo: “Por ser leal cantador/ Vivemos os mesmos planos/ Em nossos 23 anos/ Entre a alegria e a dor/ Porém quis o Criador/ Lhe envolver em um véu/ Para receber o troféu/ Que Deus lhe deu de presente/ Hoje foi fazer repente/ Nas cantorias do céu”.

   Embora já fossem lendas no Nordeste, os irmãos Batista só se tornaram conhecidos nacionalmente a partir dos discos da gravadora Marcus Pereira, que empreendeu um mapeamento da música regional do país em 1973. A gravação dos repentistas de São José do Egito levou jovens autores da MPB a se interessar pela cantoria. O Quinteto Violado, por exemplo, lançou no álbum Pilogamia do Baião, de 1979 , Martelo agalopado, uma composição de Otacílio Batista, em parceria com o também cantador Diniz Vitorino. Seu maior sucesso na música popular aconteceu em 1982, com Mulher nova, bonita e carinhosa, faz o homem gemer sem sentir dor, um mote que virou canção (assinada com Zé Ramalho) e alavancou a carreira da cearense Amelinha, e inclusive foi o título do LP da cantora daquele ano.
 Ivanildo Vila Nova, um dos maiores nomes do repente atual, revelou que pretende fazer, no próximo ano, uma cantoria em homenagem a Otacílio Batista, em Itapetim, sua cidade natal: “Cantei várias vezes com ele. Era sem dúvida uma das legendas do repente. Dos três irmãos, para mim era o que cantava mais bonito e o mais humorista”. O humor de Otacílio Batista aflorava em versos como estes: “Admiro o vagalume/ Voando ao morrer do dia/ Desafiando a ciência/ Que o homem na Terra cria/ Com um pisca-pisca na bunda/ Sem precisar bateria.”

 


Noticiário Executivo – DOE/PE 03/01/03

Governo entregou mês passado matadouros reformados

 

A partir da próxima semana, o Governo do Estado, através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Projetos Especiais inicia o ciclo de inaugurações dos mercados públicos e feiras livres reestruturados no Interior do Estado. As obras estão sendo executadas através do Programa de Apoio ao Comércio Popular. O primeiro a ser entregue, às 21h do domingo, será o de São José do Egito, a 402 km do Recife. Ainda este mês, serão inaugurados os mercados de Limoeiro, Surubim e Machados.

De acordo com o secretário de Projetos Especiais, Saulo Freire, foram investidos em São José do Egito aproximadamente R$ 200 mil em obras de reestruturação das instalações físicas do mercado – com novas redes hidráulica e elétrica. Foram priorizadas, entretanto, as obras externas de pavimentação do parque da feira para acomodar as barracas de frutas, verduras e sulanca – principais focos de venda do mercado público.

Segundo informação da prefeitura de São José do Egito, estão sendo esperadas mais de oito mil pessoas para a festa de inauguração.

Apoio ao comércio 

Até agora, o Programa de Apoio ao Comércio Popular já identificou a necessidade de intervenção de obras nos mercados e feiras livres de 50 municípios, dos quais 18 já estão em execução. “Esse é um programa estruturador, cujos benefícios ultrapassam a esfera econômica e assume contornos sociais já que atinge a população do município, as cidades do entorno e é capaz de originar fluxo de turismo”, destacou o secretário Saulo Freire.

O programa está orçado em R$ 4,3 milhões e tem sido desenvolvido em parceria com o Sebrae – na orientação e capacitação para o incremento de vendas. A iniciativa também abrange ações de ordenamento de trânsito e coleta seletiva de resíduos sólidos.

 

Em Memória de Paulo Cardoso

por DIRCEU RABELO - 22/11/2002

 

Paulo Cardoso e eu tínhamos muita coisa em comum. Desde cedo, habituamo-nos a fazer versos, entusiasmados, como quase todos os jovens da região do Pajeú, com a grande poesia de Rogaciano Leite. Nascemos no mesmo ano de 1939, em municípios vizinhos: eu, em Tuparetama, ele, em São José do Egito, onde juntos iniciamos, em 1952, o curso ginasial, no Ginásio São José, educandário em que na época ensinavam, entre outros, os professores Bernardo Jucá Júnior, que era o diretor, Edson Siqueira Simões, tabelião, e José Rabelo de Vasconcelos, meu irmão e orador de cuja inteligência muito me envaideço. Da nossa classe faziam parte inesquecíveis companheiros, de ambos os sexos, muitos dos quais hoje em lugares de que não tenho notícia. Alguns deles se tornaram mais conhecidos, porque enveredaram pela política, como Paulo Vieira Jucá, atual prefeito de São José do Egito, e José Marcos de Lima, ex-presidente da Assembléia Legislativa do Estado. Todos eles devem estar, como eu, consternados com o recente falecimento do poeta que decantou, em versos de raríssima sensibilidade telúrica, o sentimento do povo e as coisas da região pajeuense.
 No último dia 20, domingo que precedeu o pleito presidencial de 27-10-2002, estive com Paulo, em sua residência, quando fizemos a revisão do seu último livro de poemas, ainda inédito. Na sexta-feira, 25, dizia-me ele, por telefone, que convalescia bem, da cirurgia a que se submetera na terça-feira, dia 22. Nunca pensei que, quatro dias depois, receberia a notícia do seu falecimento. Não tive condições emocionais de comparecer ao velório. Profundamente triste, no fatídico 29-10-2002, escrevi para ele as glosas que se seguem, a partir do mote: LEMBRANDO PAULO CARDOSO / ESTÁ DE LUTO O SERTÃO: 

“O Sertão, já pesaroso 
da sequidão que o devora,
está bem mais triste agora,
LEMBRANDO PAULO CARDOSO.
Quem presenciou, saudoso,
o partir do grande irmão,
por certo ouviu o refrão
que na voz do vento havia:
- Ficou sem graça a poesia,
ESTÁ DE LUTO O SERTÃO.
 O juazeiro frondoso 
do verde ficou desnudo
e o canário se fez mudo,
LEMBRANDO PAULO CARDOSO.
Num acento doloroso
de mágoa e recordação,
diz o gemer do cocão
de um velho carro de boi:
- Paulo Cardoso se foi,
ESTÁ DE LUTO O SERTÃO. 
Ao partires, grande amigo,
mais que amigo, meu irmão,
te digo, de coração,
parte de mim foi contigo.
Na laje do teu jazigo
deixarei esta inscrição,
que entrará na coleção
futura das Elegias:
- SEM PAULO CARDOSO DIAS,
ESTÁ DE LUTO O SERTÃO.” 
 
Dirceu Rabelo é o atual secretário-geral da Academia Pernambucana de Letras. 

 

 

Morre o compositor Zeto, do Pé de Serra

16/Out/2002

 

Morreu ontem, em Palmares, de complicações no fígado, o cantor e compositor José Antônio do Nascimento Filho, cujo nome artístico era Zeto. Ele ficou conhecido quando participou da campanha do programa eleitoral de Miguel Arraes, em 1986, improvisando em cima do mote “Arraes vai entrar pela porta que saiu”.Nascido em Canhotinho, Zeto morou muitos anos na cidade de São José do Egito, onde casou com Bia Marinho, filha do célebre repentista Lourival Batista. Com a mulher, Zeto formou uma dupla e chegaram a gravar um LP, Estrada, em 1989, dedicado ao compositor José Marcolino.

Zeto, feito os cantadores do Sertão antigo, levou vida errante. Uma das poucas vezes em que ele alterou seu modo de viver foi quando apresentou o programa Pé de Serra, na TV Jornal, em 1996, quando foi substituído por Maciel Melo. Presença constante em festivais de repentistas, Zeto foi também compositor de forró bastante requisitado pelos artistas do gênero. Entre os que gravaram composições dele estão Paulo Matricó, Alcymar Monteiro e Flávio José.

Ele gravou seu último disco em 1999. Intitulado Curvas, o CD teve lançamento independente, e circulou basicamente entre os admiradores do artista. Zeto foi enterrado, ontem, em Canhotinho, onde mora sua família.
 

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